E agora que aceitei o fato de não poder... Letícia Murta
E agora que aceitei o fato de não poder me definir, me sinto mais tranquila. Ou melhor, agora que não me interessa mais definir meus rótulos, posso seguir simplesmente sendo. A única razão pela qual perdemos tempo em busca de uma definição de quem somos é mostrar ao mundo que somos alguém. Pronto. Não sou ninguém! A mim já não interessa mais ser alguém que possa ser exibido. Deixo à platéia de meu grande espetáculo o direito de me carimbarem como quiserem. Permito que seja dito que sou assim, ou de algum outro jeito qualquer. Julguem-me até o delírio. Que alívio! Dessa forma posso viver como realmente me interessa. Quero ser atemporal, incoerente, passional e, por vezes, até irracional. Faz me bem viver na transitoriedade das características humanas.