É costume dizer que a vida não está... Letícia Nogara
É costume dizer que a vida não está indo de acordo com o que você esperava. Um banho quente, uma xícara de café, e você pára pra refletir: aonde tudo isso vai me levar? Mas sempre acaba levando de qualquer maneira. Mesmo sem saber, a gente continua, vivendo ou não, a gente sempre continua, sem saber pra onde iremos. Vivemos um dia pós o outro de incertezas. A base de silêncio, arte, amor, melancolia e uma boa xicará de café para amenizar a dor. E sempre acaba vindo alguém perguntar se eu estava bem depois do suposto mal de dúvidas que se apoderou. Mas as pessoas sempre acabam se acostumando com isso, quer dizer, eu poderia estar praticamente desistindo de tudo, desacreditando, xingando a vida, não poderia? E mesmo assim ninguém ligaria, porque isso começa a ser normal quando você não quer viver pra tentar ser feliz. Mas eu continuo aqui, meio-que-vivendo. Assim, sem drama. Eu não sei ao certo sobre o que eu iria escrever, ou estou escrevendo. Talvez seja a pseudo-inspiração que me veio de repente como sempre em consequência do sono, ou talvez seja o fato de eu ainda estar meio solitária e isolada de tudo. Talvez seja só porque eu canso de algumas coisas que a vida insiste em colocar no meu caminho, pra atrapalhar ou algo do tipo. Eu acabo enjoando, mas sempre insisto em tentar. E ainda sem luz, sem algum sorriso, o tempo é o que me fez ver a importância que eu já meio-que-sabia da energia nesse mundo. A energia de um sorriso, de uma palavra, do coração, da saudade ou até o poder que uma lágrima tem para de alguma forma mostrar que estamos vivendo.