Deixa-me só! Deixa-me só com meu copo... Luiz Daniel Blasius de...
Deixa-me só!
Deixa-me só com meu copo de vinho.
Caminhando nesta rua cinza.
Me larga quieto com a penumbra de minha mente.
Quero entender esta lógica doentia.
Chorar quieto com minha raiva comprimida.
Poder notar a eloqüência nas vozes distantes.
Hoje eu não quero uma palavra de consolo.
Quero apenas desfrutar minhas derrotas.
As mesmas que me trarão risadas no futuro.
Desfrutar deste vento que é pressagio de tempestade.
Desfrutar desta neblina que contem o sol.
Olhar as águas do rio e ver meu rosto turvo.
Quero ficar em silencio para ouvir minha turbulência.
Sentir o gosto de cascalho em minha garganta.
Deixa-me só.
Quieto com o rosto da mulher que amo.
Que, apesar dela não voltar amanha. Isto passa.
Mas hoje minha solidão é tudo que preciso.