Como posso ser eternamente responsável... Por Noemyr Gonçalves
Como posso ser eternamente responsável por alguém, dando a vida tantas voltas? O eterno é pra sempre e o pra sempre, cá entre nós, é muito tempo. Confesso que sempre que lia essa frase de Exupéry, concordava, mas 'com o pé atrás'. Será que é isso mesmo? Hoje vejo que é. Para ser considerado 'eternamente responsável' por alguém, você deve cativar essa pessoa. Cativar requer entrega, carinho, confiança. Quando você cativa uma pessoa não é necessário que isso seja dito, pois é possível, antes de mais nada: SENTIR, logo quando vão chegando as 4h da tarde. Ser 'eternamente responsável' é muito mais do que ligar todo dia, estar sempre por perto, cuidar o tempo todo. Isso faz parte, mas não é tudo. Você pode falar toda hora, ligar todo dia pra desejar boa noite e logo mais pra desejar bom dia e não ter criado laço algum com essa pessoa. Ou ter criado. Mas o laço tem duas pontas. E é preciso um de cada lado fazendo esforço pro laço não virar simples fita. Puxou, já era. Para sermos responsáveis por alguém, devemos estar bem com nós mesmos, para que a energia que nos envolve no momento de plenitude seja passada para a outra pessoa. Não devemos colocar os problemas dos outros em primeiro lugar. Quando estamos bem o mundo nos sorri e os problemas diminuem. As pessoas são eternamente responsáveis pelas histórias que nos deixaram, pela saudade que aquece a alma quando lembramos de alguém especial em nossa vida. A gente não precisa nem mesmo conversar com essa pessoa todo dia. Eternamente responsáveis são aqueles que compartilham bons momentos (e também os ruins), os que ficam contentes em saber que a pessoa cativada está feliz, não importando onde nem porque, se essa felicidade foi dividida com você ou não. E é aí que entra a melhor e maior definição de amor: "Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." Assim é o cativar. No final das contas algo simples, mas que requer esforço: Amar o próximo e quere-lo bem além de qualquer coisa. Saber que podem se passar 100 anos e mesmo assim você lembrará daquela pessoa com carinho ou a tratará da mesma forma apesar de. Cativar é quando a gente sabe diferenciar um chapéu de uma jibóia com elefante na barriga. A raposa é só a nossa consciência dizendo o que a gente já sabe.