"Não sei se as melhores, porque... Raquel Schwenck

"Não sei se as melhores, porque isso é se sentir demais. Mas, na verdade, nos sentimos, uma à outra, demais mesmo, então as maiores amigas do mundo. Estilo casal-sem-vergonha. Masoquista não. O mundo faz a gente sofrer. Mas a gente não se faz. Não uma à outra. Mas a gente não tem um pingo de descencia. Estilo trabalho-feito. Sobrenaturalmente ligadas. Era desse jeito. E daí se tinha dia que a gente não acordava nem um pouco afim da cara da outra? Se a gente pensava "essa daí é louca, interna ela, eu não aguento mais!". A gente divorcia. Vira-e-mexe. Ela vai pra lá, eu vou pra cá. Dou uma vividinha sem ela e ela sem mim. Nos apaixonamos loucamente por umas vadias de esquina que nos destraem por um tempo e nos reabastecem. Mas sempre voltamos. Porque? Já falei do sobrenaturalmente ligadas. Certo. Tem essa. A gente sente falta uma da outra e diz que não sabe porque. Mas no fundinho a gente sabe sim. Ninguém levaria um tiro por ela como eu levaria. Ninguém seguraria meu chão com as mãos como ela segura. O que a gente não sabe é porque a gente consegue fazer isso tudo sem se cansar de vez e dar um basta definitivo. Ah, vamos parar de drama. A gente sabe de tudo sim. A gente se ama. Pronto. Explicado. Mesmo com todas as diferenças. Porque alguém fez um trabalho pra gente ser esse casal indescente. Só para constar, um salve pra quem fez. Eu adoro saber que não vivo sem ela, simplesmente porque ela é a única pessoa que eu enxergo que também não vive sem mim.”