"Eu? Eu não sei. Eu só sei que eu... Raquel Schwenck
"Eu? Eu não sei. Eu só sei que eu acordei vazia, oca. Não sentia nada batendo, pulsando, respirando, por mais que parecesse que sim, porque eu ainda conseguia ficar de pé. Ou pelo menos na teoria, porque eu me encolhi como um feto debaixo daqueles cobertores, abraçando minhas pernas, deixando aquele excesso de desorientação se materializar em minhas lágrimas e soluços. Eu não fazia idéia de para onde ir, eu queria gritar por socorro, dizer que eu estava perdida, que as mãos que me acolhiam viraram pó diante dos meus olhos depois que eu percebi que elas não passavam de um sonho muito parecido com a realidade que eu desejei. Mas eu sabia que ninguém me ouviria. Na verdade, eu não queria ser ouvida. O meu desejo ainda era exclusivo daquelas mãos e agora eu não fazia idéia de para onde ir. Mas eu não podia continuar ali." (sobre F., apenas em um momento ruim.)