A cada passo que dou para frente percebo... Bruno M. Tôp
A cada passo que dou para frente percebo o quanto minha busca está distante de ser alcançada. E cada passo que dou é uma nova tentativa de encurtar essa distância. Já dei passos largos, curtos, em marcha ré e para os lados, mas todos foram importantes para eu não voltar a usar dos mesmos passos. Os meus passos na verdade são minhas tentativas de descobrir quem sou eu. Já tentei descobrir a resposta dando passos no sinuoso caminho no amor, e falhei. Já tentei encontrar a resposta do afortunado caminho da amizade, e falhei. Já tentei na minha familia, e falhei. Mas eu sempre continuo a tentar. Não é porque eu sou brasileiro e não desisto nunca, é só que se eu já tentei uma vez, porque não duas? Três? Quatro? Infinito? Não é otimismo, é só que não vejo nenhuma vantagem em desistir por covardia de falhar. A covardia anda ao lado do arrependimento, e a cada passo que dou na minha busca, mais percebo que não quero voltar a me arrepender. E sabe, as falhas foram mais beneficas para mim do que qualquer acerto, porque com elas eu ganhei experiência, e isso não tem valor. Experiência para não errar de novo, está certo que às vezes eu repito um erro, mas é porque eu ainda sou uma criança, brincando de ser adulto. E graças a essa experiência passei a criar personagens para agradar as pessoas ao meu redor, personagens que fazem parte de mim é verdade, mas que não são a minha verdadeira essencia, são uma fração do que aprendi com meus erros. Tudo porque eu tenho medo de parecer arrogante demais, por nutrir um amor-próprio muito grande. Longe de eu me achar perfeito, a perfeição é mórbida. Eu tenho defeitos, e muitos. E adoro isso, pois sei que assim continuarei a errar e só assim poderei ter aventura na minha busca. Uma busca que precisa ser dada de passo em passo, para que eu não perca nenhum detalhe. Uma busca que só um tolo feito eu poderia entrar, uma busca pelo Amor e pela Felicidade, pois sei que eles estão aí em algum lugar, mas precisamente em alguém. E sigo caminhando, com uma pitada de romance no bolso, para que um dia possa passá-lo adiante quando meu objeto for alcançado.