Onde eu possa me afogar Por mais que eu... Aline Mariz
Onde eu possa me afogar
Por mais que eu não queira – e diga, e grite que não - resta uma parte de mim que ainda acredita naquele amor que a gente vê nos filmes. Deve ser o tal do coração. Afinal, ele sempre deu problema mesmo... Nunca quis obedecer à ordem de cabeça nenhuma, e sempre foi dono do seu próprio nariz. Ou melhor, das suas vontades.
Desde que a gente é pequeno que vê aquelas histórias de amor – amor que passa do inocente e meigo para o mais lindo amor e a mais ardente paixão – nos filmes e nas novelas. A gente se acostumou a ver tanta história bonita junta, e por mais que saiba que não existe – ou que pelo menos é difícil -, ainda acredita um tanto nesses amores idealizados.
Mesmo sem querer, acredito naquele amor de se acabar de chorar e de rir ao mesmo tempo; acredito num amor inesperado; acredito que ainda vou ouvir alguém cantar minha música preferida e dizer que me ama; acredito que alguém ainda vai me fazer uma surpresa das mais lindas, e que eu vou chorar; acredito que vou receber flores num dia chuvoso com um cartão dizendo apenas um “eu te amo”; acredito que ainda tem gente romântica no mundo. É... eu ainda acredito num amor dos mais bonitos. Num amor de cinema. Num amor idealizado.
Talvez não tenha mais ninguém que acredite nisso – nem mesmo eu. E então, isso que fica na cabeça, seja só mais um pedido de um coração esperançoso. Um pedido de mais um coração com defeito.
Ou talvez, isso ainda aconteça – porque ainda pode existir “últimos românticos”.
E só quando eu te tiver, te ganhar, e te perder – e que isso seja para algum amor que ainda não me encontrou -, é eu vou poder dizer se esse amor que idealizaram para mim – e que eu quero sentir – é verdade ou mentira.
E quem sabe, depois de te perder, eu não te ganhe de novo?