Escrevi uma carta, e era uma carta de... Eduarda Morgado
Escrevi uma carta, e era uma carta de amor. Meus olhos estavam pesados e minhas letras caiam sobre o papel, eu as jogava lá e elas se arrumavam, pois se eu fosse arrumá-las, nada de bom saíra. Graças a Deus as minhas palavras não são como eu, confusas. Elas sabem o que querem e o que sentem, já eu não sei o quero e sim o que sinto, e isso não é suficiente para escrever uma carta de amor. Uma carta de amor tem que ter começo, meio e fim, assim como qualquer outro texto, mas uma carta de amor na precisa ter lógica, clareza e muitas vezes nem um destinatário. Algumas têm destinatário, e não chegam até ele. Algumas dizem as coisas mais lindas do mundo, outras não dizem nada, mas somente com o "eu te amo" se tornam uma carta de amor.
Eu escrevo o seguinte:
Amor, andas meio triste, ou impressão? Andas meio quieto, sem expressão. Preocupo-me com o que aconteces dentro de ti e te atormenta, apesar de saber do que se trata. Teu amor ainda não lhe deu notícias? Teu amor ainda não lhe jurou eterno amor? Oh, pobre amor meu, por que andas a sofrer se eu estou aqui? Por que meu amor não é o suficiente para te deixar feliz? O que me falta? Tu me falaste tempo atrás que o problema não era eu, e hoje em dia nem tem noção do meu amor. Se o problema era você, por que não se resolveu e veio até mim, e sim preferiu procurar por um alguém que não lhe quer bem?
Apesar de chorar por alguém que não seja eu, eu enxugo suas lágrimas, me faço forte para ser tua amiga. Mas, amor, acima de tudo, sou mulher, e dentro de mim bate fraco e fortemente um coração por você. Eu te amo.
Pena que você não leu minha carta, não porque eu não tenha tentado te entregar, e sim porque você não quis ler.