Sentia-se agoniada fazia dias, aquela... Fernanda Gaseta
Sentia-se agoniada fazia dias, aquela mesma sensação estranha de coração batendo na garganta não a deixava em paz. Paz. Era disso que seu corpo mais precisava. Aquela paz interior que só sentia quando estavam juntos, quando o via sorrir, quando sorria com ele. Queria sair a procura de sossego, mas sabia que seria inútil. Decidiu então que faria as malas e iria embora, não dava mais pra viver assim, a falta de ar era tamanha e seu coração acelerava só de lembrar. Enquanto se preparava rapidamente para a viagem foi jogando dentro da bolsa só o que era realmente necessário, não precisava de muito afinal para ser feliz. E se foi. O caminho era longo, seu coração acelerado, e os pensamentos giravam e corriam mais que as rodas dos carros que passavam por ela. Conforme ia chegando ia sentindo aquela sensação tão familiar de alivio, como se alguém soltasse seus pulsos e pudesse voltar tudo ao normal, sentia que ele sabia que ela estava a caminho. Chegou, ele estava lá. Abriu a porta o mais rápido que suas mãos lhe permitiam. Pararam frente a frente e se olhavam como se fosse a primeira vez. Aquele rosto tão familiar, aquele sorriso que enlouquecia, o brilho nos olhos que só ficava presente quando estavam. Ela percebeu que seu semblante levemente se enrugava num tom de questão, ele não precisava fazer perguntas, ela sabia a resposta:
- Onde meu coração tem paz.