Silêncio Tudo é muito pouco para o... Raimundo Candido
Silêncio
Tudo é muito pouco para
o limite do silêncio insaciável
que se expande em cúpula
côncava e contínua a mim.
O silêncio, como a solidão,
é um pano de fundo para
a presença de um duro roer
de murmúrios segredos
que se refletem bem mais
sutil na escuridão que na
pele da luz assim silente
que cai em límpido orvalho.
Mesmo agora, o silêncio
de meu olho é pura brasa
que se revigora ao sopro
de um violento sussurro.