Perguntaram-me uma vez: “por que... Nathália Magalhães
Perguntaram-me uma vez: “por que escreves, se ninguém a ler?”. Digo, não escrevo para ser lida, assim como a flor que brota no campo não desabrochou para ser posta em um vaso numa sala qualquer. Escrevo em nome do meu vício, que precisa sempre de uma overdose de palavras para não perder o controle. Minhas palavras são destinadas a mim, pois elas sempre são sobre mim. E mesmo se eu escrever sobre vós, ainda não será a ti que escrevi. Escrevo para me firmar, para sentir e para viver. E se nunca leu o que escrevo, como sabes que o faço? Então não digas novamente que ninguém ler, pois você leu.