A luz do seu dia de chuva, na escuridão... Anne Caroline Barbosa
A luz do seu dia de chuva, na escuridão de uma noite sem estrelas.
Dentro daquela noite suja você me tentou
Vestiu-me de suas promessas misturadas ao vinho barato, você me beijou
Tire as mãos dos meus cabelos, ninguém vive de sonhos bons. Ali terminou
Já não sabia se era a coisa certa a fazer, poupar meus sorrisos por medo de sofrer
De qualquer forma, já era tarde. Tarde demais...
Já não havia espaço pra sinceridade nos passos que eu pisava.
Estava quase certa que a sensação estranha que me tomava vinha com o vento.
Frio perigoso que me dava abrigo, e ao mesmo tempo de tornava castigo para o meu coração.
Aceitar meu destino era a única alternativa, mesmo que sua luz não estivesse na mesma direção.
Já amanheceu e você ainda dissolvendo toda sua sedução me falando de vida.
Me solte das suas asas, não tenho tempo nem vocação.
Preciso acarinhar minha solidão que vive dentro do espelho, num horizonte borrado, versado, machado de vermelho.
Lá dentro fico livre do seu ultraje à minha paz.
Liberdade fugaz.
Se eu fosse capaz de apagar as pegadas, as notas do seu violão, sempre latentes.
Te esquecer abrandando meu corpo, seu corpo gementes.
Você me acendeu com seu dia chuvoso, ainda assim, luzente.
Fatal, sem final, exceção demente.
Canção torpe, pura que nunca se estima a duração.
Luz do seu dia de chuva, cantou minha escuridão.