O CASAMENTO É incrível como tudo... Paulo Victor Pitanga

O CASAMENTO

É incrível como tudo começa,
Como se fosse no teatro
Uma linda peça a se apresentar.
Sentidos aumentados
Tudo tem mais gosto, tudo tem mais cor, as mãos suam,
As palavras saem sem querer.
O frio na barriga é intenso,
Juntamente com alegria e fervor
O diretor pediu calma!
e explica que são apenas
Sintomas do amor.

Aplausos do público, platéia toda sorridente.
Uma irreverência mais contida, pois de contra partida
Ainda não se sabe o final.

O espetáculo começa,olhos atentos a cada detalhe
Os sentimentos são intensos, porém intangíveis
E não existem termos plausíveis para explicar

No desenrolar das cenas um fruto nasce,
Trazendo alegria para aqueles que um dia
Vieram a pensar, que apenas assim
O amor viria de uma forma que se pudesse tocar

Tão dependente tão frágil
Que muda radicalmente a vida dos dois
O menino chora
E não se pode deixar pra depois.

O tempo passa, o menino cresce
A rotina aparece é inútil negar.
De uma forma tão fugaz,
O amor se esfria, tudo que fora lindo desapareceria
Como um grande furacão,
onde não a tempo de pensar
De como agir , nem o que falar.

Deixando para traz rastro de destruição, ânimos abalados
Como um barco em um turbulento rio,
Deixando a esperança por uma linha
Por um fio

A platéia nota a grande mudança
Por que, nos atores em vez de sorrisos,
Rostos tristes
Com pequenos sinais de vida da nobre esperança

A futilidade, egoísmo são quase palpáveis
Quando certo ponto chega ,
É necessário repensar conceitos,
Rever prioridades,
Para se ter certezas dos valores
Embora não seja essa a real vontade
Já se faz mais que necessário hipotetizar,
a séria decisão,
E concordar que aquele lindo paraíso,
tinha se tornado em
Um inferno desde então.

Usando um pingo de coerência e bom senso,
É hora de acabar....
O que um dia começou, fazia necessário se findar.

Restando de um homem lúcido e focado,
Agora um rosto triste e abalado
Um coração que chora a todo instante
Uma melancolia insuportável,
E como diz o poeta
Todos suportam a dor, menos aquele que há sente.

Tudo acabou não tem volta
A nostalgia permanece em sua mente
E no coração a revolta.