Entrego-me, humildemente a permissão... Caótica Jana
Entrego-me, humildemente a permissão oprimida pela omissão dos tolos, de expressarem quem são;
Farta de hemorragias diárias de palavras inúteis,
E blasfêmias suspensas num ar que eu não respiro,
Eis a verdade:
Eu sou mortal;
Porém, considero minha posição;
Possuo inúmeros nomes, que me diferem e igualam,
Causam inveja e repulsa, me aproximam e me expulsam de lugares que definitivamente não sou;
E acendo a esquecida dádiva de conseguir manter a vida que me resta intacta cerrada entre os dentes, na boca que nega os beijos do amor-padrão;
Não busco felicidade, nem coleciono dores supérfluas;
É o sim que me guia, mas sou acompanhada pelo não;
Eu prefiro a noite, pois é quando os santos do sistema se entregam ao abraço do cansaço imperceptível,
Que eu consigo sintonia para minha confusão;
Tenho o vício de rir sozinha enquanto sinto dor;
E eliminar tudo que não me convém, é no mínimo uma obrigação;
Eu não me apego a lugares, me abstenho de idéias fracas e fúteis,
E ser extremamente seletiva em relação a pessoas é algo que o universo ( generosamente ) me proporcionou;
Não tenho pressa, não creio em promessas, nem em salvação;
O que preciso eu conquisto quanto mais me distancio das vidas vazias, que cruzam meu caminho no percurso entre meu quarto e a inevitável e tumultuosa solidão;
Critico e cuspo na face do que não me agrada, pois pra mim os fatos não deixam espaço para dúvidas, e o que penso, falo e faço nunca dependerá de aceitação;
Repudio o arrependimento, sou eficaz do começo ao fim seja do que for;
Sou controversa quando busco respostas para perguntas que incertamente surgirão;
Sou sozinha, sou eu, sou minha, e me entrego a alguém; e por mais estranho que possa parecer, isso é conseqüência do acaso, não de uma qualquer opção;
Acreditem, eu sinto mais cheiro e gosto, prefiro as mãos do que o rosto, não escolho caminho, simplesmente vou;
Inconseqüentemente vou.