Desprender-se. Requer o extremo dos... Kléber Novartes
Desprender-se.
Requer o extremo dos esforços, que por vezes, não basta.
Aí então é preciso tempo, muito tempo.
Tempo para deixar ir embora algo que se tornou parte de nós. Tempo do luto, do choro, do ódio, da incompreensão e do por que?
Tempo de recordar, de refletir e de reelaborar tudo de novo, outra vez, mas de formas diferentes.
Permitir tudo isso é como amputar um membro, e ter que conviver com as complicações que isso traz. Portanto é preciso coragem. Na verdade, é preciso de muita sanidade insana, é preciso rever os conceitos, abrir mão das certezas, e fala sério... isso é complicado à beça.
É preciso olhar para aquilo que te atraí, para aquilo que realmente mexe com você e dizer não, e é preciso manter a palavra. Mesmo sob circunstâncias adversas, tal como a saudade.
Desprender-se então é escalar o abismo conscientemente. Na certeza de que ao final, encontrar-se-á a liberdade.