“Nada do que eu diga é novo. Mas... Kléber Novartes

“Nada do que eu diga é novo.
Mas algumas coisas, de tempos em tempos, precisam ser relembradas.”

Hoje, estive com meu pai. E foi assim que iniciamos uma daquelas raras conversas de horas a fio. Cada palavra parece mesmo, estar salpicada de experiência, ternura e sabedoria.

Ele não me disse coisas desconhecidas, não explanou futurismos, nem tão pouco foi eloquente. Deu-me exemplos simples, tão simples que quase chegaram a ser, sem graça.

Demonstrou através da história, exemplos de homens de sucesso. Não esse sucesso falido que é comercializado hoje em dia. Falou sobre os sonhos, mas enfatizou a luta diária. Ele sempre foi a minha referência, de como sonhar de pés no chão. “Nada de conquistas fácies, nada de bobo da corte a rei, da noite para o dia”, ele sempre diz.

Com um abraço e lágrimas nos olhos, me falou do amor de Cristo. Em sabedoria, disse que a mão trabalhará em vão, sem a benção do Senhor. Remexeu em promessas “antigas”, tornando-as novas outra vez.

Falou sobre caráter e personalidade.
Fez breves comentários sobre relacionamentos.
Tornou a derramar algumas lágrimas, não estava mais só.

Por fim, ele orou.
Enquanto orava, vi um homem sem grandes conquistas materiais, mas que aos 53 anos está completando a faculdade. Vi um senhor negro, com alguns fios de cabelo já grisalhos, que ainda se levanta enquanto o sol dorme. Vi sua história simples e ao mesmo tempo gloriosa.

Vi meu pai,
vi meu amigo.
Agora choro só, mas já não sou mais o mesmo.

Verão de 2010