Nunca vi Anjos Nunca vi anjos Mas... Natanna Xavier

Nunca vi Anjos

Nunca vi anjos
Mas acreditei que um existia
Que velava meu sono todas as noites
E desaparecia no clarear do dia

Nunca vi anjos
Mas por acreditar que ele viria
Esperava a escuridão pousar
À ele dediquei cada traço e poesia

Nunca vi anjos
Mas imaginei que ele chegaria
Onde nenhum outro Querubim voasse
E um mortal jamais alcançaria

Nunca vi anjos
Mas entreguei o que mais valioso possuía
Esperava o menos enxergar sua luz
Meu ser a ele pertencia

Nunca vi anjos
Mas ao duvidarem de sua existência
Procurei a nuvem mais alta
Onde nada pudesse nos incomodar

Aquela em que procurei repouso se partiu
Do céu cai
Feito um anjo
Que via o inferno se aproximando

Chamei
Gritei
Num ultimo suspiro
Sussurrei

Assim como em uma oração
Pedi a ele que viesse
Que me salvasse
Mas ele não veio

Daqui do chão
O céu se torna infinito
Sentindo a dor da queda
Procuro cada pedaço meu espalhado

Fecho os olhos ao imaginar ser um pesadelo
O que na verdade seria o fim de um sonho
O seu traço virou rabisco
A minha poesia perdeu a rima

A solidão do escuro
Faz-me ver
Por fim
Que anjos não existem

Anjo meu
Morreu!
Sem nome
Sem endereço
Sem rosto
Sem verdade

NUNCA VI ANJOS!
MOSTRE-ME UM ANJO
E EU O AMAREI.