Quando vem a inspiração. Procurei... leonardo ítalo ináio (leo...
Quando vem a inspiração.
Procurei escrever coisas boas de minha vida.
Foliei nas páginas brancas do meu diário para encontrar um rabisco.
Mas foi em vão!
Encontrei nos destroços uma ferida.
Descobri em mim uma grave doença.
Doença que não estava em meu corpo.
Mas uma enfermidade em minha alma.
Uma doença chamada vida.
Pois fiz da minha um grande câncer.
Corroí a mim mesmo.
Doença com cura incerta de sofrimento certo.
Tratamento doloroso, mas necessário.
Procurei na independência encontrar a liberdade.
Soltei um grito de felicidade à vista.
Saltitei por uma grande descoberta.
E acabei vivendo um sofrimento a prazo.
Na tentativa desesperada de encontrar a solução.
Resolvi comprar um novo diário.
E nele escrever velhas histórias.
Sem ao menos perceber que poderia escrever tudo nas páginas do diário antigo.
Paginas estas nunca usadas.
Respirei fundo e comecei passar a limpo o que ainda não tinha escrito.
Parei de usar palavras deprimentes e amargas.
E escrevi apenas textos do tipo “final feliz”.
E logo nas primeiras linhas, reencontrei sorrisos.
Troquei o adoçante pelo mel e voltei a ter a boca adocicada.
Escrevi a felicidade e seus sinônimos, criei a minha terra encantada.
Mesmo ainda estando no meio deste texto.
Já me encontro sem palavras.
Vou sair e viver mais um pouco.
Encher de cor minha vida cinza.
Pra voltar e colorir todo o restante das páginas.