. Era fim de festa No horizonte as... Cláudio de Andrade
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Era fim de festa
No horizonte as primeiras rajas púrpuras , vermelhas
Ao longe ainda podia ouvir a toada da seresta
As derradeiras estrelas , ainda piscavam como centelhas
Uma brisa suave espalhava aroma de flores
Damas da noite esverdeadas
Pelo dia são inodores
Inebriando o ar das madrugadas ...
Rumo ao dia , pessoas apressadas iam
o começo do burburinho
Suas sinas , seguiam
Cada qual no seu caminho
A última serenata , sob uma sacada
Os olhos da jovem, no alto , brilhavam como um farol
Só foi parada , por um balde de água gelada
O astro rei já surgia , serenata não combina com o sol
Da outra janela :
- Vai trabalhar vagabundo !!!
Grita o pai da donzela.
O que está havendo com o mundo ????
A mãe aparece na porta
Vestindo um camisolão
E o poeta enxota
Com uma vassoura na mão ...
No final daquela viela
no alto de Santa Tereza
Ultima olhada para o mar , coisa mais bela
Um espetáculo da natureza
Os arcos à emoldorar
E o rio seguiu seu curso ... :)
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