Meu Primeiro Prinquedo Natal. Eu era... Jaqueline Barbosa
Meu Primeiro Prinquedo
Natal. Eu era apenas uma menininha que ainda acreditava em Papai Noel. Adorava essa época de festas de fim de ano, pois era aonde eu reencontrava todos os parentes, e sempre depois da comemoração do Ano Novo, minha tia que morava na fazenda levava eu e meu irmão para passar alguns dias com ela.
Lembro-me vagamente que naquele dia, a comemoração não ia ser como o de costume na virada do dia 24 para o dia 25. Meu tio estava no hospital, e por algum outro motivo, íamos comemorar no dia 25 com um almoço.
Eu e meu irmão acordamos bem cedinho... O sol ainda estava escondido no horizonte, mas no quarto um pouco da luz dos raios solares já se infiltravam pelas frestas da janela. Para falar a verdade naquele dia mal dormimos, ansiosos por saber o que papai Noel nos felicitara.
Meu irmão esperava uma bicicleta, e eu..., bem na verdade eu queria ir à escola. Eu tinha uma vizinha que era mais velha que eu e todos os dias, depois que ela saia da escola eu ia lá para nós brincarmos de casinha de bonecas. E enquanto rolava a brincadeira ela me contava como era a escola me deixando cada vez mais ansiosa. Mas apesar de eu pedir para mamãe deixar eu estudar, ela dizia que eu era muito nova. O que era incompreensível para mim, uma menininha tão ingênua.
_ Aposto que o papai Noel me trouxe uma Bicicleta! Dizia meu irmão.
_ Mas aí não cabe em baixo do travesseiro, né seu bobão!
Como não tínhamos chaminés, mamãe dizia que Papai Noel deixava o presente em baixo do travesseiro ou da cama. Mas mal podíamos entender que naquele ano, a situação financeira da nossa família não permitia a tão sonhada bicicleta ao “Papai Noel”.
_Vamos ver, vamos! Nos levantamos apressadamente, e olhamos cada um em baixo de seus travesseiros e de suas camas.
Rasguei o pequeno embrulho. Mal podia acreditar, era muito melhor que ir a escola! Uma caixa de lápis de cor e um caderno de desenhos! Não conseguia conter meu sorriso nos lábios, sai gritando minha mãe e descrevendo meu presente! Nessa hora nem pude perceber o que meu irmão ganhara, e agora nem me lembro também.
Mas me lembro muito bem, do rosto da minha mãe, que com um sorriso terno, e os olhos ainda entreabertos por causa do sono, me perguntou: Você gostou? E eu a abracei.
Foi com aquele mesmo sorriso que minha mãe me ensinou a escrever meu nome, me ensinou as letras, o alfabeto, e despertou essa paixão que vive em mim até hoje: a paixão de escrever.