Arma-se em um galho de árvore um... Linartt Vieira
Arma-se em um galho de árvore um alçapão, e em breve uma avizinha descuidada batendo as asas caí na escravidão, daí lhes então por esplendida morada a gaiola dourada daí lhes água ovos, tudo, tudo, tudo, e porque é que tendo tudo, a de ficar um passarinho arrepiado, mudo e triste sem cantar?
É crianças os pássaros não falam, só gorjeando a sua dor exalam sem que os homens possam compreender; Se os pássaros falassem talvez os teus ouvidos escutassem este cativo pássaro dizer.
Não quero o teu alpiste, gosto mais dos alimentos que procuro na mata livre em que voar-me viste; Tenho água fresca no recanto escuro nas servas onde nasci nas matas entres os verdores eu tenho frutos e flores sem precisar de ti.
Estas coisas crianças os pássaros diriam se soubessem falar e a tua alma sentiriam tanta aflição que com a mão tremendo lhe abriria a porta da PRISSÃO.