Um destino qualquer Ela acordou naquela... Carolline Souza
Um destino qualquer
Ela acordou naquela manhã mais angustiada do que o normal, estava cansada, dos velhos rostos, dos velhos lugares, das velhas frases desgastadas como um velho Jeans.
Sentia a cabeça a rodar, só uma coisa lhe vinha a cabeça: tinha de ir embora dali.
Pensou em todas as pessoas que amava, pensou no quanto sofreriam ao reparar que ela tinha ido embora, já não interessava.
O desejo de travar um novo caminho, com novas descobertas, novos sentimentos, o desejo de desbravar o desconhecido, o desejo de ser livre, falava mais alto do que todos os sentimentos que carregava dentro de si.
Sua alma estava velha, e ela precisava rejuvenescer, ela precisava viver, estava cansada de estar morta, estava cansada de tentar respirar, ela só queria viver em paz.
E se a felicidade estava longe dali, então ela percorreria o caminho que fosse preciso, e carregaria sempre o seu lar dentro do coração.
Porque Deus daria asas a um anjo se o seu destino não fosse o de voar? Porque Deus daria a liberdade de um oceano se a água não fosse o seu lar?
Vivemos num mundo onde as regras são ditadas por um ditador qualquer, ela não obedecia a ditadores, ela era patriota da sua própria nação, e esta chamava-se liberdade!
Ela não nasceu para morrer, ela nasceu para acontecer, ela travaria qualquer luta que fosse preciso,tinha coragem o suficiente para seguir o seu caminho, mesmo que fosse sozinha.
Correu pelo quarto, e jogou somente o que seria absolutamente necessário para dentro de uma mala.
Escreveu um pequeno bilhete e colou no frigorífico, não pediu desculpas pelo seu acto, mas tentou ser o mais amorosa possível para que ninguém se sentisse culpado por a sua partida.
Deixou as chaves de casa na mesa de jantar, bateu a porta e partiu sem olhar pra trás.
Quando chegou a rua, pela primeira vez, pensou aonde iria, e lembrou-se de uma frase dita por um poeta que conhecera recentemente, "mariticamente"...
Ela...seguiria o mar.