LIBERDADE. Estou tentando escrever sobre... GERALDO EUSTAQUIO RIBEIRO

LIBERDADE.

Estou tentando escrever sobre a liberdade e nunca vi um tema tão fascinante e complicado.
Ela não é democrática.
Ela não igual.
É severa.
Amena.
Justa.
Injusta.
Cada pessoa molda a sua liberdade de acordo com as circunstancias e necessidades.
Psicológicas
Financeiras
Religiosas.
Políticas.
E se soltam em vôos altos e rasantes, longos ou curtos.
Ou se prendem com correntes de verdade ou imaginárias.
Muitos se tornam escravos.
Outros se rebelam e a buscam de todas as formas.
Não existe meio termo: É ou não escravo. É ou não livre.
Ninguém é meio livre e nem meio escravo.
Ninguém é mais ou menos livre ou mais ou menos escravo.
Quantas pessoas são escravas do salário ou da falta dele? Só quem é assalariado sabe do que é preciso muitas vezes abrir mão para se manter empregado. Estes são os prisioneiros do sistema capitalista selvagem que visando apenas o lucro constroem impérios onde os vassalos são apenas ferramentas de trabalho.
Quantos são escravos de um partido político e insiste em ser escravo da mentira ao tapar os olhos contra a injustiça e os desmandos praticados pelos “donos” e se fecham como molusco e agridem a liberdade dos que não concordam?
Quantos são escravos de uma religião e em “nome de Deus” seguem o pregador como se ele fosse o próprio encarnado, se agredindo e agredindo os outros, sendo explorados e explorando os mais humildes?
E os escravos de um relacionamento onde o ciúme e a falta de sensibilidade aprisiona sonhos, reprimem atos e atitudes, dita moda e comportamento, morre e mata, e os “escravos do coração sonham todos os dias com a liberdade de amar e ser amado por alguém para compartilhar os sonhos e idéias que quebram os grilhões da escravidão”.
Quantas pessoas são escravas do dinheiro quando ele falta ou sobra demais? Se vendem, se corrompem e se deixam usar como escada para que outras se sintam reis e rainhas acima de impérios de mentira. Tem os que abriram mão da liberdade a troco de um salário e os sem grandes dificuldades financeiras aceitam ser prisioneiros de senhores de escravos pensando fazer parte de um grupo seleto que os colocam em destaque na sociedade. Ah! Quantos escravos se torturam por causa de um cartão de crédito atendendo o apelo do consumismo comprando coisas sem necessidades ou que poderiam ficar para mais tarde.
Nós, prisioneiros do sistema político financeiro que nos obriga a pagar altíssimos impostos em tudo que consumimos e em contra partida nos é tirado o direito à saúde, educação, laser, enquanto a grande maioria dos fazedores de leis (Senhores de Engenhos) tem direito à moradia, verba disto e daquilo, voam livremente de um lado para outro, não trabalham e o salário é uma afronta ao verdadeiro trabalhador que produz a riqueza do país e não tem a liberdade de escolher o que quer e tem vontade de comer.
Existem os prisioneiros de verdade que estão encarcerados em celas imundas e superlotadas, tratados como bicho e lixo por carrascos que a troco de um salário ou por se sentir superior cumprem religiosamente a ordem do Senhorio: fazer da vida destes infelizes em dois infernos: O da grade que aprisiona o corpo. O da brutalidade psicológica que engessa sonhos, mata ilusões e transforma o antes ser humano em bicho de verdade.
Tem o prisioneiro da saudade que se consome aos poucos deixando seus pensamentos presos no passado que foi bom ou ruim.
Os prisioneiros da falta de amor e carinho que são jogados em asilos ou abandonados pelas ruas e são mais escravos e tem menos liberdade que um cão sarnento que pelo menos pode correr de um lado para outro.
Os prisioneiros das drogas, do jogo, do sexo e de tantas outras e que trocam suas vidas por uma picada, uma cheirada ou um porre fazendo das drogas sua vida e da vida uma droga.
Liberdade.
Palavra bonita.
Liberdade.
Difícil de ser conquistada.
Mas...
Quando acontece a vida ganha colorido diferente, o sol aquece com mais ternura, a chuva cai mansinha sobre os cabelos, o vento sopra com mansidão fazendo a brisa acariciar o rosto, o frio não castiga, instiga momentos de aconchego.
A noite com lua e estrelas ou sem elas é um convite para o amor.
O dia é mais bonito e as pessoas são enxergadas como imagem e semelhança.de Deus, que é liberdade e paz para quem acredita ou não.
O coração se aquieta e a alma se acalma.
Liberdade é paz.
E a vida só tem sentido quando elas andam de mãos dadas.