Posto que toda chama acesa um dia venha... Melissa Figueiredo

Posto que toda chama acesa um dia venha a cessar, a labareda poderá ser mantida sob cuidados e zelos que a distancie de ventanias e nevoeiros. Na vida, aplica-se a mesma lição para diversas situações rotineiras. O homem pode até não ter a intenção de desmantelar o seu próximo, mas por vezes se depara com uma negligência exacerbada que o impede de examinar o que acontece com olhos de preocupação. A falta de atenção em quaisquer relacionamentos, sejam eles entre pais e filhos, esposas e maridos, pode da maneira mais inusitada eclodir na secção destes, por simples ausência de interesse que foi adquirida ao longo do tempo e assim desencadeando num certo comodismo que deixar, sem querer, certas preocupações de lado.
Já nos dizia o cantor Caetano Veloso: “ Quando a gente gosta é claro que a gente cuida.” E é justamente disso que o ser humano tem sede, de uma atenção maior aos nossos passos por parte de quem nos ama, nos admira. Não me refiro a um exagero de fiscalizações, onde estas acabam por interferir na própria privacidade e até mesmo liberdade do indivíduo. Falo apenas de uma sutil preocupação com seu semelhante, uma carência por saber como andam suas alegrias e problemas, o que lhe aflige ou lhe traz felicidade. São pontos assim, que fazem o verdadeiro diferencial, de maneira agradável e singela.