CHAMO-ME AMOR... Quando, nas horas de... Rubens Romanelli
CHAMO-ME AMOR...
Quando, nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos busca-me: eu sou aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;
Quando te julgares incompreendido e vires em torno a indiferença, acerca-te de mim: eu sou a luz;
Quando se te extinguir o ânimo e te achares na eminência de desfalecer, chama-me: eu sou a força;
Quando, inclementes, te açoitarem os vendavais da sorte e já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de mim: eu sou o refúgio;
Quando te faltar a calma, nos momentos de maior aflição, e te julgares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-me: eu sou a paciência;
Quando te abateres na dore tiveres a alma ulcerada grita por mim: eu sou o bálsamo, que te cicatriza as chagas e te minora os padecimentos;
Quando a tristeza e a melancolia te povoarem o coração, clama por mim: eu sou a alegria;
Quando, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela para mim: eu sou a esperança;
Quando a impiedade se recusar a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-me: eu sou o perdão;
Quando duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções, e o ceticismo te avassalar a alma, recorre a mim: eu sou a crença;
Quando já não provares uma afeição sincera e te desiludires do sentimento de seu semelhante, aproxima-te de mim: eu sou a renúncia;
Quando, enfim, quiseres saber quem sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.
Chamo-me AMOR
o remédio para todos os males que te atormentam o espírito.