Rio Guamá Barcos respiram o rio. Comem... Francisco A. Arruda
Rio Guamá
Barcos respiram o rio.
Comem e afagam o rio.
Violões tocam as águas
Que inundam a areia
E que vêm, de quando em quando,
A conversar com essas calçadas.
Calçadas. Cimento. Aço.
Tantos pensamentos caminhando.
Muitos são sólidos,
Outros nem tanto.
Mas nada dorme
E tudo sonha no teu leito.
Por entre tuas águas, Guamá,
Caminham esperanças, amor.
O amor em tua margem.
De algum lugar
Dedos te olham.
Vêm para esquecer
Esquecer de lembrar
Desse pulsar plausível
Que está no coração
Tudo caí ao esquecimento.
Em tuas águas
Inundam os versos.
Misturam com lagrimas,
Vindas de direções diversas,
Pessoas diversas.
Cada vez que as águas vêm beijar calçadas,
O coração bate
Bate mil vezes
Vezes mil.
Bate-bate.
E olhas continuam fixados.
Há uma Primavera nas tuas águas.
Francisco Alves Arruda
(08/03/2009)