Das idas e vindas, das rotas e voltas,... Jennifer Araújo
Das idas e vindas, das rotas e voltas, por toda minha vida procurei um significado para a tão desconhecida ‘saudade’, procurei por dicionários, vasculhei por pequenos rastros nos meus dias solitários, e o que me sobrava era um eco numa sala, sozinha. Curiosidade nata, a falta do saber me consumia, e a agonia crescia. Não foi a falta que sentia do tempo que passou, ou do amigo que se afastou, mas a incompreensível razão de questionar-me o porquê daquela situação, desconfortante. O saber dos dias que vem e vão, alguns na contra-mão, outros imprevisíveis, tempos e tempos que reforçam minha idéia de místico mundo que sou morador.
Julgamo-nos tão despertos para o que se passa a nossa volta, que um desconhecido estado vive conosco tão despercebido quanto a visibilidade do vento que sopra, mas que quando manifesta-se, machuca tão ferozmente, tão vagarosamente quanto o fio da navalha sob a carne fraca.
Um sentimento? Uma ilusão cerebral? Ou seria um fundamento dos seres? Chegara o fim dos tempos e ainda não saberei.