AMOR De que incontáveis dias, De... José Marcos Barbosa

AMOR

De que incontáveis dias,
De manhãs lacrimejantes de orvalho,
De noites tecidas de manto prateado
De estrelas errantes,
Sabemos prováveis.

Do amor e da paixão
E a linha tênue a dividir
O quintal dessas duas bandeiras,
Sabemos prováveis.

Rasga meu peito,
Meu anjo e meu algoz,
Provavelmente me travestirei
De poeta,
Para o baile da solidão.

Assim cultivo a esperança
De que a gente se encontre por aí,
Quem sabe, num canto qualquer,
Deste pequeno universo,
Nesta pequena cidade,
Numa rua, que seja, num largo...
Pode ser do Estácio.

Talvez te veja,
Com meu coração sangrando...

Estás tão linda, colorida
Como na foto que fiz
Com meu olhar,
Armazenada no meu cérebro,
Junto à incontáveis noites
De prazer e de festim.

Talvez me dê a mão,
E de tanto amor ainda
Não vivido,
Nos abracemos,
Numa sintonia plena,
Num enlace astral...