Mulheres Cai a tarde, do fundo da alma... Alberto Pereira
Mulheres
Cai a tarde,
do fundo da alma
descem corpos ruborizados de Primavera.
Fermentados de utopia
vagueiam na insónia da imaginação
e sentam-se na véspera do impossível.
Corpos algemados de ternura
que despejam sobre as rugas dos dias
poemas compilados de coragem.
Esbracejam de fantasia
como se todas as dores fossem infinitamente nada
e debruçadas sobre o desassossego
respiram o deslumbramento de cada instante.
São rostos de eternidade
aguardando no incógnito ventre dos sonhos
um beijo do desconhecido.
São,
corajosamente mulheres.
Alberto Pereira