A verdade não devia custar a sair da... Catarina Portela

A verdade não devia custar a sair da boca.
Devia ser tão natural quanto respirar.
Por mais que doesse, ou por mais consequências que pudesse trazer.

A verdade torna-nos mais leves, mas sobretudo mais exactos.
Faz de Nós seres humanos sábios, confiantes e justos.
Se tudo fosse feito com verdade, olhos nos olhos, não seria necessário a parte negativa de uma vida, onde nos deparamos com insegurança, medos e falsidade.
Onde a mentira nos acalma o coração. Um coração enganado.

Aqueles que não praticam a verdade, enganam-se vezes sem conta.
Recuam tantas vezes que até isso vira rotina, instalando-se um clima de comodismo. Onde se acorda e se deita sempre com as mesmas mentiras.
Mentiras ditas aos que deviam saber, aos que nem imaginam, e mentiras proferidas vezes sem conta a ele mesmo.

Dá para viver assim?
Acorda! Não dá! Assim sobrevives, sem viveres.
Adormeces e vês os outros a aproveitar oportunidades que tu deixaste para trás. Essa oportunidade já é de alguém quando a negas!

Porque rejeitas o que desejas, e ficas com o que não queres?
Porque negas vezes sem conta a felicidade que está a um passo?

Há de facto uma parte do mundo que eu não entendo.
Aquela para quem a falsidade é uma forma de vida.
Tornam-se desumanos e completamente desprezíveis.
Que estão onde não querem estar.
Falam com quem não suportam.
Riem do que não acham piada.
Tão medíocre essa parte do mundo…