A ditadura do relativismo Na missa... Ricardo Ferrara
A ditadura do relativismo
Na missa "Pró-Elegendo Pontífice", celebrada na Basílica de São Pedro no Vaticano, o cardeal Joseph Ratzinger, atual papa Bento XVI, denunciou a ditadura do relativismo com precisão e lucidez. Uma precisa e triste constatação.
Os valores tradicionais cristãos, que foram passados anos a fio de geração a geração se encontram como que ridicularizados na sociedade atual.
O frívolo, a trivialidade adquirem status de virtudes absolutas, enquanto os valores indicados pela Igreja adquirem o status de um mau a ser eliminado a qualquer custo.
Talvez aqui está uma chave de leitura possível para entendermos a expressão do papa: a crise da sociedade contemporânea necessariamente é uma crise de valores e da moral.
A família está sendo reduzida ao aspecto jurídico-social em detrimento da benção do matrimônio dada pela Igreja.
Sendo a família a célula-mater da sociedade e se ela está mal, logo a sociedade também está mal.
Não é a toa que neste tempo tanto se fala de stress, depressão e solidão.
A eficácia profissional está acima da ética moral e profissional, o trabalhador que se entrega de corpo e alma ao seu ofício, nem sempre é recompensado devidamente por seu esforço honesto.
As pessoas estão como que em um envoltório virtual, msn, orkut e mesmo próximas uma das outras, não se rendem ao encontro real e pessoal.
Em pleno século XXI a ciência gaba-se em ter colocado o homem na lua, de realizar pesquisas com células-troncos embrionárias e adultas porém com muito recursos disponíveis , a tecnologia não apontou uma saída razoável para a fome, a desnutrição, os impactos ambientais e outras mazelas do capitalismo e do socialismo.
São estes e outros produtos da pós-modernidade: era dos excessos, da intolerância, do neo-paganismo, do niilismo (do latim nihil: nada), da desumanidade e sociedades onipotentes e vazias de Deus.
Como dar uma resposta à altura em meio a tal relativismo reinante?
Penso que tudo começa com nossa identidade de cristãos, coerência com os valores que carregamos e a práxis é o que mais anda faltando em todos os segmentos da sociedade contemporânea, e não menos com nós cristãos.
E uma sociedade não pode ser coerente se rejeita os valores que a moldaram.