Julgamentos precipitados Um dia eu... Matthew Kelly
Julgamentos precipitados
Um dia eu estava conversando com amigos numa sorveteria, quando uma mulher com quatro crianças entrou na loja. As crianças fizeram uma algazarra, gritando, berrando e provocando uma confusão generalizada. O que mais me chocou foi ver a mãe completamente alheia à perturbação que os filhos estavam causando. Por fim, não consegui me conter. Levantei-me, fui até onde ela estava sentada e falei: “A senhora não acha que deveria pelo menos tentar controlar seus filhos?” Ela ergueu os olhos esgazeados para mim, depois olhou para as crianças e disse: “Me desculpe. Acabamos de sair do hospital. Meu marido morreu uma hora atrás e eu trouxe as crianças aqui porque não sabia o que fazer.”
Como você acha que eu me senti? Somos muito rápidos para julgar pessoas e situações. E nós as julgamos a partir de nosso ponto de vista, com base na nossa experiência de vida. Tudo parece diferente dependendo do prisma pelo qual se está olhando.
É fácil criar o hábito de julgar. Um diálogo interno baseado em julgamentos não cria nada, a não ser inquietação e insatisfação. Um diálogo externo baseado em julgamentos destrói a comunicação honesta e aberta, porque ninguém quer ficar vulnerável diante de alguém que está sempre julgando.
Durante as próximas 24 horas, tente não julgar ninguém nem qualquer situação. Dê às pessoas o benefício da dúvida. Procure ver a situação do ponto de vista delas. Pratique o não-julgamento, ele incentiva a comunicação aberta e honesta, e gera intimidade.
O julgamento é um dos venenos mais capazes de matar os relacionamentos. Comece cada dia com a afirmação “Eu hoje não vou julgar nada nem ninguém”. Quando tentei fazer esse exercício pela primeira vez, fiquei atônito e encabulado com a quantidade de julgamentos que surgem na minha mente ao longo do dia. Se você é assim, repita a cada hora, sem exceção: “Durante a próxima hora, não vou julgar nada nem ninguém”. O caminho para a intimidade está completamente fechado para quem não se dispuser ao não-julgamento.
Do livro “Os sete níveis da intimidade”