Marevida Em maremoto de loucas brumas na... aurora
Marevida
Em maremoto de loucas brumas
na sua garganta de água viva
começa de novo nos luares vazios
a mirar estrelas em meio à noite-vida.
Nos céus alagados, e no fim de tudo
a aliciar melodias de uma estranha Lua
entre cores-vida de uma noite nua
tramar batalhas no seu mar profundo.
Recolhendo gritos em sua ânsia
submerso... a sorver lágrimas
de outros naufrágios de cristais marinhos
e tantas labaredas de enregeladas lástimas.
Sol denso arraigado na noite
a agarrar segredos da retina da Lua
a moldar ensaios findos de ternura
vagando submerso, sem pressa
cantando baladas nos seus insucessos
de alagados maremotos, terremotos,
e gritos náufragos de amor-amigo.
Abriga o Mar, obriga a mar
em seu desespero de cristais marinhos
a mirar estrelas de loucas brumas
Nos céus alagados, e no fim de tudo
A desafogar esse Sol em lacuna
e ficar pouco menos no fundo.
Dos vácuos lugares, luares em tempestade
Maremoto que rebenta e que tenta
No afã intranqüilo e inconstante
buscar triunfante no meio da noite lenta
um colo em essência...arfante.
(aurora)