VAGALUME (Fatima Merigue de Mendonça).... Fátima Merigue de Mendonça
VAGALUME
(Fatima Merigue de Mendonça)
.
Nos meus tempos de menina
na rocinha do meu pai
eu via o sol se pondo
sentada dos cafezais.
.
Eu ficava sentadinha
esperando a noitinha
escutando em silêncio
o cantar dos passarinhos.
.
Eu queria entender
o que era aquele brilho
que chegava bem juntinho
com o meu entardecer.
.
Eles vinham de mansinho
brilhavam o meu mundinho,
e então, me perguntava:
- Que brilho seria este,
que brilhava tão verdinho?
.
Eu corria feito louca
em volta dos cafezais,
pois os brilhos se mexiam
e eu queria alcançar.
.
Acendiam e apagavam como
luzes de neon,
deixando-me feito boba
procurando-os na escuridão.
Mesmo assim eu insistia
pois mesmo pequenininha
eu sabia que um sonho
não se busca sem pressão.
.
Finalmente eu conseguia...
Segurava meu bichinho,
na palma da minha mão!
O brilho me ofuscava
e então eu percebia
que as luzes que brilhavam
eram luzes do meu dia!
Eu fazia das minhas noites
noites só de fantasias.
.
Hoje olho no meu céu
e procuro meu bichinho.
No meu mundo existe luzes
Mas é só de mentirinha.
Foram embora os vagalumes
e ficaram só estrelinhas.
.
As vezes fecho os olhos
e me sinto pequeninha,
sonho sonhos de crianças
e encontro meu bichinho!!!
.
Fátima Merigue de Mendonça