Olho o céu e ao longe vejo uma pequena... miguel westerberg
Olho o céu e ao longe vejo uma pequena nuvem distanciar-se tomando a forma de um cavalo alado. Desvio o meu olhar para um ponto remoto e sinto uma lagrima gélida percorrer a minha face ao repousar os olhos nas minhas recordações de infância. Instantaneamente, de súbito, sou desperto do meu devaneio por uma cena habitual: pobres desta cidade que pela manha vêm aqui repousar na relva de frente para o Tejo, perdidos entre o espaço e tempo, onde suas memórias são sempre desordenadas. Sinto profundamente que entre mim e eles não existe nada que nos diferencie. Fato que me leva a indagar se também sou um deles ou apenas um moribundo em busca de uma essência que lhe traga o verdadeiro sentido de ser e existir.