Acho que era como uma folha caindo, caindo, caindo sempre em...
Acho que era como uma folha caindo, caindo, caindo sempre em busca de um chão que não vinha, a procura da água que o poço não continha, ali, no espaço de minha queda a me oferecer aos poucos o infinito.
Desesperadamente possuído.
Acho que foi assim...
Acho que foi assim como uma única nota a repetir, tentando se libertar da prisão de ser sempre o mesmo som e tão diferente, ecoando pelos labirintos da minha alma, batendo pelas paredes do meu corpo, contando e
recontando o mistério que é carregar alguém dentro de si.
Acho que foi assim...
Tão de repente como foi esperado, tão novo quanto gasto, tão leve como pesado o jeito que meu coração começou a bater esquisito como se quisesse afastar de seu interior algo estranho mas com medo de que sem
ele nunca mais pudesse voltar a funcionar novamente.
Acho que fui me perdendo nesses pensamentos, falando e falando seu nome, convencido que tinha achado a palavra mágica que abriria a porta lacrada, que me transformasse num super-herói, que abrisse o mar ou
fizesse cair alimentos do céu, ou melhor, ou mais ainda, a palavra pela qual Deus se chama.
Acho que foi assim e às vezes não acho, pois essa é a essência desse amor, deixar dúvidas como quem duvida da vida.
Acho que foi isso que senti quando deixei você ir naquela tarde que nunca mais anoiteceu em mim.
Mas também acho que foi por isso que mais do que continuar apaixonado eu fiquei encantado para sempre... por você.
Acho que foi assim que eu me apaixonei por você...