The End Hoje eu parei para escrever... Monique Frebell
The End
Hoje eu parei para escrever sobre o fim das coisas, das pessoas e de tudo o que elas podem levar sobre si. Fiquei analisando os desenhos infantis e alguns filmes que ilustram histórias de intrigas e brigas durante todo o roteiro e quando tudo começa a tomar um rumo na história, colocam lá as letrinhas pra subir e a famosa frase “... e foram felizes para sempre” acompanhada do trágico “The End”. Fala sério! A história por acaso termina ali? Esses filmes sempre acabam onde deveriam começar, assim como muitas situações semelhantes na vida real e com direito a trilhas sonoras, personagens, enredos, e tudo mais. Dá uma sensação de quero mais. Compartilham conosco todos os momentos ruins: as falcatruas, as traições, as armadilhas, e quando a hora da virada chega, parte-se o bolo da festa e nos despedem assim sem nos dar a chance de saber o que pode vir a acontecer dali por diante. Isso me deixa irada!
É como manter uma amizade na hora da calamidade, dar apoio, ombro amigo, aconselhar, ajudar, quem sabe até suprir necessidade. Na hora das tragédias são poucos os que continuam do seu lado, incentivando, encorajando, mas quando tudo começa a se resolver simplesmente com a maior facilidade se esquecem de você, te descartam, jogam pra escanteio feito bola murcha, não serve mais.
É como o derradeiro dia de um ser humano, pensa você que a morte é o fim? Engano seu, tudo começa a partir dai. A eternidade nos espera. Nos fazem acreditar que após a vida existe um sono profundo, ininterrupto. Mentira, assim como os finais dos filmes, a história continua, você que não é mais convidado a participar desse misterioso desenrolar.
Estive vendo dia desses um filme que mexeu muito comigo “O amor não tira férias”, com Cameron Diaz. Ah, como eu queria ter a oportunidade de viajar pra um lugar desconhecido, sozinha, sem bagagens, sem tralhas, sem malas, sem nada. Viajar com a única pretensão de me encontrar ou me perder completamente. Viajar pra conhecer gente nova, mente nova, fazer novas amizades, provar comida diferente, se perder na cidade, voltar pra casa e descansar.
O filme fala sobre duas mulheres, cansadas de sofrer, cansadas de amar, de valorizar demais os outros, e elas tinham motivo pra querer abandonar tudo e sumir do mapa. Elas trocam de casa, de carro, de rotina, de vida. Uma acaba vivendo no mundo da outra, partilhando de momentos que talvez jamais viveriam se continuassem na mesma cidade. O desenrolar do filme é perfeito, a personagem da atriz Cameron se parece até um pouco comigo, ela é louca, gosta de viver a sua própria vida, é independente, bonita, sexy, convencida também (risos), enfim, me empolguei vendo o bendito do filme, mas eu queria mais no final, queria saber o que aconteceu depois, se eles casaram, tiveram filhos, se deu certo, se não deu...
Não quero a minha vida comparada a um filme pela metade, onde todos se decepcionem com o fim, não quero ter que mostrar ao mundo parte da minha história, quero mais é ser lida, interpretada e traduzida. Quero ter o tempo necessário pra fazer valer a pena cada cena e depois de rodado o filme de toda a minha trajetória, ficar na memória daqueles que realmente fizeram parte dela como protagonistas, não apenas figurantes, e assim dar prosseguimento ao eterno, que com certeza me espera, onde entrarei pela porta, não pela janela.
The End!
O Fim?
Not!
Begin!