Ilusão desmedida, desenfreada, devassa,... Ana Beatriz Figueiredo Mota
Ilusão desmedida, desenfreada, devassa, estúpida!
Que circunda minh'alma vaga...
e a faz desordenada , alada!
Que vem estragar minhas palavras...
Com um olhar destrincha os gestos,
desarma, desnuda, rebusca.
Se ao menos eu gritar teu nome pudesse...
VIDAAAAAAAA...
O que mais hei de entregar-te?
Se quando me olhas,
já não sou eu,sou metade.
Inteira, mente, só a ti pertences.
Antes que eu morra pelo platônico descompasso
e antes mesmo de ser findado meu querer,
sem haver, alento, começado.
Vira-te, que contemplar prefiro as suntuosas nuvens,
ou ao breu da noite, atravessar ...
À tempestade, até mesmo, se vier.
Pois apenas uma senha entrega-me,
an-da...
Vá pra onde não me alcança teu olhar.
E em secreto esconde meu pesar.
D'onde nenhum ser possa avistar.