Título: Rei dos Afetos Imaginários.... Lucas Strochinski

Título: Rei dos Afetos Imaginários.
O homem preso no impossível,
Refém do que já não volta.
Vive revendo o passado,
Cego ao tempo que revolta.
Prisioneiro de um ciclo sem corda,
Não pode voltar, nem o fim mudar.
Apenas imagina o improvável,
Vendo o que nunca há de passar.
Rei dos afetos sem matéria,
Monarca de sombras e ilusões.
Um reino vasto e intocável,
Erguido em frágeis emoções.
Sabe que nada é real,
Mas sente como se fosse.
Vive entre o sonho e o abismo,
Onde o tempo nunca trouxe.
Se é mentira, por que machuca?
Se é ilusão, por que é tão frio?
Se o toque nunca existiu,
Por que ainda arrepia o vazio?
Cada lembrança não vivida,
Cada amor que não se fez,
Cada rosto nunca visto,
Ecoando outra vez.
No trono de dores invisíveis,
Comanda espectros do que não foi.
Se tudo é nada, por que existe?
Se existe, por que não foi?
Mas um rei não pode abdicar,
Nem fugir do que governa.
Seu castelo é um labirinto,
Sua coroa, uma cela.