Dispa-me Dispa-me das amarras que... Gilceleno Júnior

Dispa-me
Dispa-me das amarras que sufocam a pele,
dos medos que pesam no peito,
das promessas que o tempo desfez.
Desfaça os nós das palavras contidas,
solte as verdades presas na língua,
deixe-me ser voz, ser carne, ser eu.
Desnude-me dos rótulos gastos,
dos olhares que moldam e limitam,
das certezas que nunca foram minhas.
Que sobre apenas o que sou,
sem véus, sem correntes,
inteira.