⁠Eu sempre gostei de conversar com... HELSINKI

⁠Eu sempre gostei de conversar com pessoas mais velhas. Há uma sabedoria nelas que não se encontra nos livros de autoajuda ou nas palavras repetidas de coachs m... Frase de HELSINKI.

⁠Eu sempre gostei de conversar com pessoas mais velhas. Há uma sabedoria nelas que não se encontra nos livros de autoajuda ou nas palavras repetidas de coachs modernos. É algo que não pode ser comprado, mas vivido. Hoje, ouvi um senhor de 101 anos dizer, com a voz serena e o olhar carregado de uma vida inteira, que o "ontem é história, o amanhã é um mistério, e o hoje é presente." Ele disse isso com uma simplicidade que me tocou profundamente, antes que seus olhos se enchessem de lágrimas, como se aquele pequeno ensinamento fosse a chave de sua própria jornada.

Parece uma frase comum, uma dessas que encontramos em cartazes motivacionais, não é? Mas, não. Não é isso. É a pura verdade, a sabedoria destilada ao longo de um século de vida. E esse "hoje" não é apenas uma palavra. O "hoje" é o presente, sim, mas é também um presente. Um regalo de vida. Como uma tela em branco, esperando por nós, como se cada um de nós fosse um artista, com as ferramentas que só o tempo pode nos oferecer.

Aprendi, de maneira dolorosa e muitas vezes amarga, a encarar o presente como uma oportunidade única. Não há reprises, nem um botão de replay. Não podemos voltar atrás. Assim, tenho buscado não perder oportunidades de dizer o que sinto, de expressar o quanto as pessoas ao meu redor me fazem bem. Sempre que alguém me faz sorrir, faço questão de que ela saiba disso. E quando alguém está linda, não hesito em falar, porque, sim, ela precisa saber que meus olhos perceberam o brilho de sua presença.
Eu envio mensagens aos meus amigos, dizendo-lhes que minha vida não seria a mesma sem eles. E faço isso porque não sei se terei outra chance de fazê-lo amanhã. Afinal, o amanhã é um mistério, como disse aquele senhor, com sua sabedoria imensurável.

Aprendi também a sair de casa com um propósito. Eu preciso fazer as pessoas sorrirem. Pode ser através de uma piada boba, de uma história contada com gestos exagerados, ou simplesmente oferecendo um elogio sincero. Eu quero que o mundo sorria. Quero dar a razão de um instante de alegria, por um sorriso verdadeiro. Mas também aprendi a chorar com os que choram. Não sou de esconder minhas emoções. Choro quando é necessário, e, no meio do pranto, tento gerar um pouco de esperança. Como alguém que segura a mão de outra pessoa, oferecendo conforto em meio ao desespero.

Às vezes, sou mal compreendido. E está tudo bem. A verdade é que, muitas vezes, eu mesmo não me entendo. Eu tento, mas é difícil. Há momentos em que as palavras não são suficientes para expressar o que sentimos. Quando isso acontece, me viro para gestos sutis, para meias palavras e olhares que tentam, com um toque de timidez, transmitir o que o coração grita. São pistas lançadas ao vento, na esperança de que a pessoa, de alguma forma, perceba.

Porque, no fim, o ontem é história, o amanhã é um mistério, e o hoje é o presente. E algumas pessoas, ah, elas são verdadeiramente o presente. Um presente que bagunça nossa vida de uma forma tão intensa que, sem perceber, nos vemos como duas crianças no parque, que nunca se viram antes, mas que já estão de mãos dadas, brincando juntas, rindo juntas, desde o primeiro momento em que se encontraram. E nesse encontro, no meio dessa bagunça que elas causam dentro de nós, algo bonito acontece. Algo que só pode ser vivido no hoje.