Ao meu próximo amor Se quiseres que... JEFFERSON LEONARDO

Ao meu próximo amor
Se quiseres que este sujeito adentre em sua vida, busque primeiramente curar as suas feridas. Pois as minhas dão muito trabalho mantê-las fechadas. As minhas cicatrizes compõem a minha história, lidar com essa situação não me faz superior e muitos menos inferior a alguém que expõe as suas memórias. O meu coração já quebrou várias vezes, e na ultima vez, pensei que tinha virado pó. Fui juntando cada pedaço, e cada caco que era tocado surgiam novos cortes que vinham com lembranças de dor. Não só as memórias dos dias ruins, das palavras incisivas que foram a mim dedicadas, mas também do que foi vivido e do que não foi, do que era prometido e planejado, do que era lindo, do que poderia ter sido incrível.
Imagina a demolição de um prédio, mas não de uma forma rápida, com explosivos e projetada para que toda aquele entulho e bagunça sejam removidos em poucas semanas e o espaço estaria pronto rapidamente para uma nova construção. Pois é, não foi desse jeito!
Iniciou-se a desconstrução de uma história, mas de uma forma empírica, artesanal e devagar, cuja única ferramenta utilizada foi a marreta. Cada marretada que um capítulo levava, um grito dentro do meu peito ecoava.