⁠O Amor Que Nos Torna Livres Por Diane... Diane Leite

⁠O Amor Que Nos Torna Livres
Por Diane Leite

Houve um tempo em que eu acreditava que os vilões da minha história tinham rostos, nomes e intenções sombrias. Que as dores que senti foram causadas por terceiros, que o mundo era injusto e que eu era apenas uma vítima dos acontecimentos. Mas então, a vida me deu um presente raro: a Noite Escura da Alma.

Diferente do que muitos pensam, essa fase não tem a ver com enxergar o que os outros fizeram comigo. Isso eu sempre soube. A verdadeira dor veio ao perceber como eu respondi a isso, como eu permiti, como eu mesma fui o lobo mau em tantas histórias—inclusive na minha própria.

A Noite Escura da Alma não é um castigo, mas um portal. Um espelho que mostra, sem filtros, quem fomos e quem escolhemos ser diante das experiências que a vida nos trouxe. É um processo doloroso, porque nele somos obrigados a nos ver além das desculpas, além da narrativa confortável que nos permite apontar dedos.

É fácil perdoar os outros. Difícil é perdoar a si mesma.

O Ego e o Ilusionismo da Mente

A psicologia nos ensina que o ego cria uma identidade baseada naquilo que ele acredita ser necessário para sobreviver. Muitas vezes, essa identidade vem carregada de mecanismos de defesa: projeção, negação, vitimização. Tudo para nos proteger da verdade mais libertadora (e mais difícil de aceitar): ninguém nos fez nada sem o nosso consentimento energético.

A grande virada de chave acontece quando entendemos que não importa o que os outros façam, mas sim o que nós fazemos com isso. Como escolhemos reagir? Qual padrão estamos reforçando? Estamos nutrindo dor, ressentimento e escassez ou estamos ressignificando, aprendendo e transcendendo?

A resposta sempre esteve dentro de nós. O problema é que, muitas vezes, não queremos olhar para ela.

A Travessia Pelo Deserto da Alma

Após a Noite Escura, vem um outro fenômeno: o Deserto da Alma. É o momento em que tudo que antes fazia sentido perde a cor. O mundo parece uma ilusão, as motivações antigas já não sustentam nossa nova consciência. É um renascimento. Mas antes de renascer, precisamos morrer para o que fomos.

O que antes nos fazia correr atrás agora nos faz rir. O que antes nos consumia de ansiedade agora nos traz paz. O que antes parecia injustiça agora se mostra como uma lição cuidadosamente orquestrada pelo universo.

E então, chega o amor.

Não o amor romântico, condicional, que precisa de validação e reconhecimento. Mas o amor universal, o amor divino, o amor que vê todos como partes do todo.

Eu olho para mim e me amo. Eu olho para o outro e o amo. Eu olho para a vida e vejo Deus em cada detalhe.

A Psicologia do Amor Incondicional

A psicologia já nos ensina que o amor é um estado de consciência. Mas poucos conseguem experimentar esse estado em sua forma mais pura porque estão presos em feridas antigas, ciclos repetitivos e crenças que limitam sua capacidade de expandir.

Carl Jung dizia: “Até você se tornar consciente, o inconsciente dirigirá sua vida e você o chamará de destino.”

Ou seja, enquanto estivermos presos na ilusão de que a culpa está fora, continuaremos repetindo os mesmos padrões e chamando isso de azar, karma ou destino.

Mas quando despertamos para a verdade de que somos os autores da nossa própria história, algo mágico acontece. O perdão deixa de ser sobre o outro e passa a ser sobre nós mesmos. E então, finalmente, nos tornamos livres.

O Amor Que Nos Torna Deus em Expressão

Quando entendemos que o verdadeiro inimigo nunca foi o outro, mas nossa própria mente, transcendemos. Quando percebemos que somos criadores da nossa realidade, escolhemos manifestar o melhor. Quando aceitamos que todos somos um, que o todo é amor e que o amor é Deus, então experimentamos a plenitude.

E nesse momento, algo acontece: o universo responde.

Começamos a receber sinais, sincronias, milagres. O tempo se dobra ao nosso favor. As pessoas certas aparecem. As portas se abrem. O dinheiro chega sem esforço. A intuição se torna nossa melhor guia. E finalmente, entendemos que nunca estivemos sozinhos.

O amor sempre esteve lá.

Hoje é o Dia do Amor. Mas não só o amor romântico. É o dia do amor do todo. O amor de todas as dimensões. O amor de todos os tempos. O amor que nos torna livres.

Que possamos nos lembrar disso, todos os dias.

Está feito. Está feito. Está feito.

Gratidão, Universo.