Crônicas de Diane Leite Capítulo 9... Diane Leite, Capítulo 9 -...
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Crônicas de Diane Leite
Capítulo 9 - Aceitação e Liberdade
A aceitação é a chave para a verdadeira liberdade. Muitas vezes, acreditamos que ser livre significa fazer o que quisermos, ir onde desejamos, conquistar sucesso e reconhecimento. Mas quantas pessoas que têm tudo isso ainda se sentem presas? Presas em seus próprios medos, em suas próprias limitações e expectativas.
A verdadeira liberdade não está fora, mas dentro. Ela nasce da aceitação de quem realmente somos, sem necessidade de validação externa, sem medo da rejeição. No entanto, esse processo nem sempre é fácil. Ele exige coragem para olhar para dentro, acolher nossas sombras e integrar nossa essência sem resistência.
O Que Realmente Nos Prende?
Desde cedo, aprendemos que precisamos atender expectativas: ser fortes, ser bonitos, ser bem-sucedidos, ser admirados. Nos ensinam a moldar nossa identidade a partir do olhar do outro. Mas, em algum momento, precisamos parar e nos perguntar:
Quem sou eu sem tudo isso?
Se amanhã ninguém mais esperasse nada de você, quem você seria?
A resposta para essa pergunta pode ser assustadora, mas também libertadora. Porque, no fim, a aceitação real não vem de se encaixar, mas de se libertar.
O Espelho da Vida: Quando Nos Vemos Através dos Outros
Uma das formas mais poderosas de entender o comportamento humano é através da observação. Cada pessoa reage de maneira diferente à vida, aos desafios e às relações. Enquanto algumas mulheres sabem o que merecem e não aceitam menos do que isso, outras permanecem presas em ciclos destrutivos, sem perceberem que têm o poder de mudar.
Foi isso que me chamou atenção no MADA (Mulheres Que Amam Demais Anônimas). Como alguém que nunca aceitou menos do que merecia, sempre me questionei: como algumas mulheres chegam ao ponto de aceitar migalhas? O que as mantém nesses relacionamentos, mesmo quando tudo aponta para a destruição?
Ao observar os relatos no MADA, percebi um padrão: muitas dessas mulheres não acreditam ser dignas de mais. Elas não se acham fortes o suficiente para sair, não se veem como capazes de recomeçar. Algumas não conseguem diferenciar amor de apego. Outras foram ensinadas desde cedo que seu valor estava em agradar, em ser aceitas, em nunca incomodar.
O que me fascina nesse grupo é o poder do espelho.
Ao ouvirem as histórias umas das outras, essas mulheres começam a se enxergar. Elas percebem que não estão sozinhas, que existem outras mulheres vivendo as mesmas dores. E, aos poucos, a ilusão começa a se desfazer. Algumas descobrem que precisam se libertar de um relacionamento. Outras percebem que o problema nunca foi o parceiro, mas a forma como elas mesmas se colocam no mundo.
E essa é a grande questão: o que aceitamos na vida reflete o que acreditamos merecer.
Enquanto algumas pessoas têm a clareza e a força para sair no primeiro sinal de desrespeito, outras precisam passar por um longo processo interno até conseguirem dar esse passo. No MADA, elas encontram um espaço seguro para fazer essa jornada.
É um grupo que não julga, não impõe, mas ensina. Ensina que a vulnerabilidade não é fraqueza, que pedir ajuda é um sinal de força, e que todas as mulheres merecem amor, mas um amor que liberta, não um que aprisiona.
Nem toda mulher que está presa em um relacionamento tóxico é vítima. Algumas são prisioneiras de si mesmas, de suas crenças limitantes, de suas inseguranças.
E esse é um dos aprendizados mais poderosos que o MADA proporciona: quando você se vê através dos outros, você começa a se entender melhor.
A Dualidade Entre O Que Somos e O Que Mostramos
Vivemos em um mundo onde a imagem tem um peso imenso. O que mostramos nas redes sociais, como nos apresentamos ao mundo, parece construir quem somos. Mas será que isso nos define?
Eu mesma já questionei isso inúmeras vezes. No meu dia a dia, me sinto linda. Não tenho problema algum em ser vista pessoalmente, sem maquiagem, sem filtro. Mas quando se trata de fotos e câmeras, percebo um desconforto.
Uso filtros no Instagram porque, para mim, são uma extensão da arte. Brinco com cores, luzes, formas. Mas ao mesmo tempo, sei que muitas pessoas questionam isso: "Se você fala sobre autenticidade, por que usa filtros?"
E minha resposta é simples: autenticidade não é ausência de estética, é liberdade de expressão.
Se escolho usar um filtro porque vejo beleza nisso, estou sendo fiel a mim mesma. O problema não está em usar um filtro, mas em precisar dele para se sentir suficiente.
E aqui fica a reflexão: o que em sua vida tem sido um filtro?
Você usa certas roupas, fala de determinada forma, age de um jeito específico para expressar quem realmente é ou para se encaixar?
Se amanhã ninguém mais te observasse, o que mudaria?
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Exercício Prático: O Espelho da Verdade
Pegue um espelho e olhe nos seus próprios olhos por dois minutos. Sem desviar o olhar. Apenas observe.
Como você se sente?
Você se reconhece ou sente desconforto?
Se pudesse falar com sua versão mais jovem, o que diria?
Agora, diga em voz alta:
"Eu me aceito completamente, com todas as minhas imperfeições e virtudes."
Repita esse exercício por sete dias e registre no seu diário como se sente. Muitas pessoas percebem resistência nos primeiros dias, mas à medida que continuam, começam a sentir uma conexão mais profunda consigo mesmas.
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Liberdade Começa Onde a Autoaceitação Termina
A maior prisão que existe não tem grades. Ela é invisível e silenciosa. Está nas crenças que nos limitam, no medo de não sermos suficientes, na necessidade constante de provar algo para os outros.
A verdadeira liberdade começa quando aceitamos quem somos.
Isso não significa que paramos de crescer, mas que crescemos a partir da verdade, e não da pressão.
Quando você se permite ser quem realmente é, sem precisar se encaixar, algo mágico acontece: as pessoas certas começam a te reconhecer. Você não precisa mais correr atrás da aprovação dos outros, porque passa a atrair aqueles que ressoam com sua energia.
E nesse ponto, o julgamento do mundo já não importa mais.
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Reflexões Finais
O que significa liberdade para você?
Quais partes de si mesmo você ainda resiste em aceitar?
Se não houvesse ninguém para te julgar, o que você faria diferente?
A aceitação não é um fim, mas um começo. Ela nos abre portas para uma vida mais leve, mais verdadeira e mais livre.
Então, eu te convido a fazer essa escolha: continuar se moldando para se encaixar ou finalmente se permitir ser quem realmente é.
Qual caminho você escolhe?