⁠A Menina Que Furtava a Petrobras —... Joemar Rios

⁠A Menina Que Furtava a Petrobras


— Como nunca houve na história deste país, tamanha corrupção! — bradou o Magnata, a voz ecoando como trovões pelo salão. — Só pode ser comparada ao saque das nossas riquezas, quando os portugueses levaram o ouro e as nossas almas.

Se Vossa Excelência não conhece a essência da nossa realidade social, como poderá compreender o que aconteceu nas entranhas da Petrobras? Jamais!

— Este país jaz sob a égide de mil covis de ladrões. E o curioso, senhoras e senhores, é o dilema: como punir banqueiros, lobistas, articulistas políticos e os donos de empreiteiras, quando são eles que, com mãos sujas e sorrisos afiados, regem o destino da nação?

Não, não devemos tolerar aqueles cuja raiz é o mal, o egoísmo e o individualismo desmedido. Nós, republicanos de alma e fé, jamais aceitaremos essas condutas pérfidas e miseráveis. Eles são reprovados por Deus, pelos anjos e por todas as pessoas que lutam com honestidade e dignidade.

Ou arrancamos suas máscaras, ou continuaremos sendo saqueados dia após dia, como cordeiros a caminho do matadouro.

O que vejo são ladrões de carteirinha, mestres de si mesmos, serpentes traiçoeiras e venenosas que destroem tudo ao redor para preservar o próprio veneno.

— Podemos dizer, com propriedade, que a maior peste deste país é a corrupção.

Sabemos que a corrupção é uma praga inerente à humanidade. Mas como se combate esse monstro? Para extirpar essa corja, é necessário um Judiciário armado até os dentes com ferramentas eficazes e invulneráveis, que transformem as leis vigentes em espadas de justiça.

— Queremos e sonhamos com um país melhor. Uma nação onde não se compre gato por lebre!

É lastimável ver Vossa Excelência, inerte e balbuciante. Queremos mais que promessas vazias: exigimos seriedade e retidão quanto à devolução do dinheiro que nos foi furtado por uma menina. Sim, uma menina que, mesmo diante do furacão do "Lava-Jato", não pôde ter toda a sua sujeira exposta e lavada.

Ah, se o povo compreendesse o quanto tem poder. Ah, se este povo acreditasse mais em sua força! Unidos, não haveria impossíveis.

Mas agora, mesmo com o leite derramado, cabe-nos lutar. Lutar pela dignidade social tão sonhada e pela manutenção fiel da democracia e do republicanismo.

Muda, Brasil!