O Louco e o Espelho Diante do vidro, um... Francisco Pontes
O Louco e o Espelho
Diante do vidro, um olhar se acende,
O mundo lá fora? Não me entende.
Só conto comigo, não posso falhar,
Se o chão se desfaz, preciso voar.
Reflexo treme, mas não vacila,
Há medo nos olhos, mas fé na pupila.
O sucesso é chama que arde em suor,
Depende de mim, só eu sou o motor.
Cada passo, pedra, tropeço, lição,
Na queda, aprendo; na dor, direção.
Se o mundo duvida, que duvide então,
Só eu sei da força que pulsa em minhas mãos.
Louco talvez, mas lúcido sei,
Que o tempo obedece a quem luta e não cede.
Se falho, levanto, se canso, respiro,
Mas nunca me deixo ser menos que um mito.
No fim, no espelho, um pacto se faz:
Seja quem for, não volto atrás.