⁠Hoje eu acordei com saudade do... Jorge Lima Loiola

⁠Hoje eu acordei com saudade do "trem". Mesmo a estação sendo bela, algo em mim clama por notícias do passageiro. Será que está bem? Será que as paisa... Frase de Jorge Lima Loiola.

⁠Hoje eu acordei com saudade do "trem".
Mesmo a estação sendo bela, algo em mim clama por notícias do passageiro.
Será que está bem? Será que as paisagens que agora contempla são tão belas quanto as que um dia dividimos?

Me deu vontade de sentir de novo o abraço, o cheiro, de mergulhar no universo dos seus olhos.
Mas eu choro.
E dói.
Dá vontade de pegar o telefone, de buscar a voz que acalmava, mas não posso.

Na nossa última conversa, algo em mim se quebrou.
Houve um “ponto final” – literal e escrito (ponto final).
Ainda assim, eu não consigo guardar ódio.
Não consigo apagar o brilho do trem que passou por mim, mesmo que tenha partido. Foi lindo.
Foi uma viagem que me ensinou tanto sobre mim, sobre o amor, sobre a vida.
Como eu queria sentir aquele abraço mais uma vez, o carinho que parecia eterno.

Mas o medo me trava.
O medo de me aproximar e ser deixado novamente, despedaçado em pedaços tão pequenos que mal conseguirei recolher.
O medo de expor o que sinto e encontrar do outro lado um silêncio que fere mais do que mil palavras.

O que aconteceu entre nós é grande demais, complicado demais.
Parece que não temos volta.
Parece que esse trem nunca mais parará na estação onde eu estou, mesmo que eu fique esperando, mesmo que eu deseje tanto que o som dos trilhos ecoe novamente.

Eu sinto saudade.
Uma saudade que parece querer explodir meu peito.
Eu sinto sua falta.

Se um dia você ler isso, saiba:
Eu agradeço.
Agradeço por tudo o que fez por mim, por cada instante, por cada ensinamento.
Agradeço até por ter resistido tanto antes de desistir de nós.

E, apesar de tudo, eu não quero dizer adeus.
Eu digo: até breve.