guerra Gente como nós sempre... henrique bucherk monteiro
guerra
Gente como nós sempre encontra gente como eles". Um amigo me disse essa frase essa semana e ela foi muito marcante por inúmeros motivos. Mas é verdade né... gente como nós sempre encontra gente como eles. Passei o restante da semana elaborando essa frase. Bom, ela me trouxe algum conforto, mas o desconforto é tão imprescindível. Descobrir que é bom ter alguma distância de algo ou alguém que se ama, porque quando eles partem é menos doloroso. Me sinto tão sozinho ainda, me olho no espelho e não me reconheço. Ter começado a ler Alice tem me ajudado com as frequentes crises. Este livro é tão devidamente preciso sobre o que deseja passar, ele nos ensina o que fazer quando em cima, é em baixo e, em baixo é em cima, quando a direita é a esquerda, como agir quando se está do outro lado do espelho. O ano está acabando e tenho ficado tão "subjetivo", talvez seja porque agora tem tanto mais em jogo, tanto mais o que perder. Tenho sido tão forte, não sei até onde mais vou com isso. Faço uso dessas escritas para que, se um dia eu precisar dizer adeus, que meus amigos saibam que eu vivo nas minhas escritas e nas suas memórias, que quando sentir um pingo de saudade pode voltar aqui. Conflitos de identidade são tão complexos, nunca me imaginei nesse lado do espelho, o lado o qual se despede e clama a um deus que o liberte de tal sofrimento.
As véspera da batalha, em uma noite fria e sem vento, um velho general se voltou a uma jovem soldado e disse: "Amanhã você conhecerá o medo". A jovem soldado, que ainda não havia vivenciado a agonia da guerra, olhou para o general com os olhos curiosos. "Como vou conhecer o medo se Não sei como ele se parece", perguntou ela. O general respondeu: "Você conhecerá o medo porque ele fala muito rápido e fala muito alto".