A vida não nos dá tempo para... KarenLopez
A vida não nos dá tempo para lamentações eternas. Ela nos força a seguir, a reerguer-se, mesmo quando tudo dentro de nós clama por descanso.
E nesse processo, tornamo-nos estranhos até para nós mesmos. O que antes era entrega, agora se transforma em cautela.
O que antes era amor, agora é uma memória distante, envolta em dor e silêncio. A confiança, que já foi natural, se transforma em algo difícil de ser oferecido.
E, ainda assim, buscamos. Não por falta de razão, mas pela incessante necessidade de cura. Buscamos algo que nos faça sentir vivos novamente,
que nos permita acreditar que, por mais que a dor tenha nos marcado, ainda há algo valioso a ser vivido.
Mas, às vezes, nos questionamos: até onde devemos ir para não nos perdermos mais uma vez? Será que, em algum ponto, devemos desistir daquilo que nos é mais precioso? Porque, em algum momento, o amor não é mais suficiente para salvar aquilo que foi dilacerado. Há pedaços de nós que talvez nunca voltem a ser inteiros. E ainda assim, existe uma força invisível que nos empurra, que nos exige seguir, mesmo que tudo o que queremos seja um pouco de paz.
A vida, em sua crueldade, nos ensina a não depender de ninguém para a nossa própria sobrevivência. Ela nos ensina a reconstruir, mesmo que com cicatrizes profundas, a sermos resilientes no meio da tempestade.
E, ao final, o que nos resta não é mais o amor que entregamos a quem não o viu, mas o amor que devemos cultivar por nós mesmos. O resto...
é uma jornada silenciosa, onde, aos poucos, nos tornamos a versão mais forte de quem já fomos. Mesmo que nunca sejamos lembrados, mesmo que nossos nomes se percam no vento, seguimos. Porque, no fundo, há algo dentro de nós que ainda insiste em acreditar que, apesar de tudo, sempre há um novo começo.